Tatiane Pereira Braga

Manaus / AM

Meu segundo filho, José Luís, nasceu surdo, aos 17 dias fez o teste da orelhinha, que já acusou alguma alteração na sua audição. Orientados por um otorrino, aguardamos ele completar 6 meses e repetimos os exames, foi ai que recebemos a notícia da surdez. Em nossa família não havia ninguém com o mesmo problema, por isso nunca podiamos imaginar que teriamos um filho surdo. Ao receber o diagnóstico, o chão sumiu dos meus pés, como mãe fiquei completamente desorientada, foram alguns dias de luto, eu estava enterrando um filho ouvinte e dando a luz a um filho surdo naqueles dias. E como foi difícil lidar com essa situação.

Após o período de luto começei a procurar por qualquer coisa que pudesse ajudar meu filho, e foi na internet que li sobre o implante coclear. Aquilo me parecia algo tão distante das minhas mãos, e mais ainda quando procurei ajuda de alguns profissionais da área e esses me diziam coisas contrarias ao que havia lido. Mesmo assim não desisti.
As viagens eram longas e cansativas. Exames, consultas, mais exames. E com 1 ano e 2 meses meu filho fez a cirurgia de implante coclear. Certamente quando adulto ele não lembrará desses momentos, mas para mim eles ficarão sempre vivos na memória. O dia da ativação foi tão emocionando quanto o dia do seu nascimento, momento mágico. Ali eu sabia que a história de nossas vidas estava mudando.

Hoje ele está com 4 anos de idade, 3 anos de implantado, muito bem adaptado ao implante, ouvi e falar como qualquer criança da mesma idade. Digo que melhor, só que não fosse surdo.
E viva a tecnologia!!!